Alta na taxa básica de juros reforça a atratividade do segmento de renda fixa, avalia Ricardo Serone, Diretor da instituição
A aceleração das expectativas de alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para os próximos doze meses e dados de atividade especialmente fortes, com níveis elevados de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e baixo desemprego, que podem pressionar ainda mais as previsões inflacionárias, são os principais fatores que influenciaram na decisão de elevar a Selic a 10,75% ao ano, diz Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.
“Essa combinação aponta para uma possível elevação da inflação puxada pela demanda e indica que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá estudar novos aumentos ainda neste ano para contê-la”, avalia Serone, para quem o cenário também é resultado dos estímulos fiscais do governo federal. Diante desse contexto, o executivo afirma que a instituição já trabalha com uma perspectiva de taxa de juros de 11,25% ao ano, ao final de 2024.
“Na próxima reunião, é provável que o Banco Central aproveite a coincidência com o encontro do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto, dos Estados Unidos) para ser cauteloso e aumentar somente em 0,25 ponto percentual, postergando novas elevações para as próximas reuniões, a depender dos novos dados”, afirma o Diretor da BB Previdência, braço de previdência complementar fechada do conglomerado Banco do Brasil.
Como a Selic pode impactar os planos de previdência
“O novo patamar de juros favorece investimentos indexados ao CDI, enquanto a taxa se mantiver elevada. Por outro lado, adia um pouco o alívio sobre as taxas de juros de mercado”, diz Serone, acrescentando que este último movimento depende da efetividade do aumento da Selic e também de como o governo reagirá, uma vez que os juros futuros dependem fortemente das expectativas dos agentes de mercado.
“Se o aperto monetário for julgado como suficiente, taxas mais longas podem cair antecipando reduções futuras. Mas, em resumo, o novo patamar traz oportunidades relevantes para aplicações em títulos pós e pré-fixados, reforçando a atratividade do segmento de renda fixa por mais tempo, o que favorece os investimentos em previdência complementar”, finaliza o executivo.