Para que os alimentos fiquem um pouco mais baratos, a indústria alimentícia sugere a redução temporária de impostos sobre a cadeia como um todo, além da redução da carga tributária sobre alimentos. É o que defende a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Segundo a entidade, a alta dos preços dos alimentos não é apenas uma questão do mercado brasileiro.
A associação representa as maiores indústrias alimentícias do Brasil e acredita que a redução de impostis desde os insumos (óleo de palma, glúten de trigo, materiais para embalagem, energia elétrica, combustíveis), além de investimentos na infraestrutura de transportes podem ajudar a frear a alta nos valores.
A reportagem procurou a Abia para comentar as falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que cogitaram o congelamento dos preços nas cadeias produtivas em evento ocorrido na quinta-feira (9/6).
A Abia justifica que, após mais de dois anos de sucessivas altas nos custos de produção, a capacidade de a indústria de alimentos absorver custos é limitada. Segundo eles, as matérias-primas, embalagens e energia representam 60% do custo de produção dos alimentos, que tiveram altas durante o período. A saída, então, seria redução de impostos.
“É fundamental – e urgente – adoção de medidas governamentais para ampliar a disponibilidade de matérias-primas essenciais à produção de alimentos. A redução temporária no imposto de importação de materiais de embalagens e insumos, como o óleo de palma, podem contribuir para garantir o abastecimento interno, minimizar o impacto nos custos de produção e no valor final dos alimentos”, comentou a associação em nota enviada ao Correio.
Em rápido pronunciamento no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), ocorrido na quinta-feira (9/6), Bolsonaro apelou para que empresários do setor alimentício “tenham menor lucro possível” em relação a produtos que compõem a cesta básica e reconheceu a alta da inflação principalmente em alimentos e combustíveis.
Por sua vez, Guedes pediu aos donos de supermercados e à cadeia produtiva que deem “um freio na alta dos preços”. Ele também pediu o congelamento de preços até o ano que vem. “Nova tabela de preços, só em 2023.”
Na análise mensal da Abras, a cesta composta por 35 produtos de largo consumo, como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza, registrou alta de 3,04% em abril e a média de preços da cesta nacional passou de R$ 736,34 em março para R$ 758,72 em abril.
Fonte: Correio Braziliense