O Banco Central do Brasil reportou nesta quinta-feira a retirada líquida de R$3,755 bilhões da caderneta de poupança em junho, o maior montante para o mês desde 2015, segundo a série histórica iniciada em 1995.
Os saques superaram os depósitos em R$3,33 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo no mês passado. Já na poupança rural, houve saída de R$422,1 milhões. A caderneta de poupança acumula retirada líquida de R$50,4 bilhões desde o início do ano.
No mesmo período de 2021, a caderneta de poupança registrava o ingresso líquido de R$7,08 bilhões. No acumulado do ano passado, o montante totalizou depósitos de R$35,5 bilhões.
Quando a taxa básica de juros brasileira estava igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rendia 70% da Selic e era um instrumento competitivo em relação a outros investimentos, por ser isenta do Imposto de Renda. Com a taxa básica de juros nos atuais 13,25% ao ano, os depósitos na poupança têm rendimento fixo de 0,50% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a Taxa Referencial, que segue zerada.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central volta a se reunir em agosto, quando o mercado aguarda o anúncio de nova alta de 50 pontos-base nos juros, que deve atingir o patamar de 13,75% ao ano.
Os dados divulgados hoje vieram com atraso, em decorrência da greve de servidores do BC, que teve fim na terça-feira. Além dos números de junho, o BC reportou os dados referentes a maio, que apontaram para a entrada líquida de R$3,51 bilhões. Em abril, a poupança registrou retirada de R$9,87 bilhões.
Texto: Gabriel Ponte
Edição: Gabriela Guedes
Fonte: Fenacon