Pesquisa feita em São Paulo pela Abrasel mostra que 69% dos estabelecimentos não reajustaram os preços ou fizeram correções abaixo da inflação,
A alta dos preços dos alimentos, gás, combustível e energia tem refletido diretamente na receita dos restaurantes. Em uma conjuntura normal, o aumento desses custos seria repassado para o cliente, mas com a queda no poder de compra do brasileiro, ajustes de preços nos cardápios podem significar perda de público.
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 6/07, pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) evidencia essa realidade. Pelo levantamento, 69% dos empresários paulistas do setor não conseguem repassar na totalidade o aumento dos custos para os cardápios.
Deste montante, 53% até fizeram ajustes nos preços, mas abaixo da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula taxa de 4,78% no ano, até maio, e de 11,73% em 12 meses.
Outros 16% dos que não conseguiram repassar o aumento de custos não fizeram ajuste algum nos cardápios. Apenas 5% dos empresários entrevistados reajustaram seus preços acima da inflação. A pesquisa da Abrasel foi feita entre os dias 21 e 28 de junho com cerca de 500 estabelecimentos.
NO VERMELHO
Sem a possibilidade de repassar os custos, 30% dos restaurantes de São Paulo fecharam o mês de maio com prejuízo e 33% não tiveram lucro, mas conseguiram ao menos equilibrar as contas.
Entre os que tiveram prejuízo, 80% apontaram como principal causa o aumento dos custos de alimentos e bebidas, que são os principais insumos desse setor. Um outro problema, para 66% dos empresários, foram as dívidas geradas por empréstimos bancários.
Pela pesquisa da Abrasel, 74% dos donos de restaurantes têm empréstimos com bancos, sendo que 35% têm parcelas em atraso. Em média, 13,4% das receitas estão comprometidas com o pagamento das parcelas de dívidas bancárias.
IMPOSTOS ATRASADOS
O levantamento mostra ainda que 33% dos empresários do setor estão devendo impostos do Simples Nacional. Dos mais de 500 entrevistados pela Abrasel, 82% estão no regime simplificado de tributação.
O Relp, programa especial de renegociação de dívidas voltado às empresas do Simples, foi o recurso usado por 59% dos empresários para tentar quitar esses débitos fiscais.
Fonte: Diário do Comércio