Enquanto os bancos aguardam uma portaria do governo federal para regulamentar o crédito consignado do Auxílio Brasil , a Caixa Econômica Federal já promete ofertar a menor taxa de juros aos beneficiários.
“Não está definido [o percentual], existe uma governança interna do banco, existe um processo de balanceamento de crédito e definição de taxas, mas o que eu posso dizer é que existe o compromisso da Caixa de que seja feito na menor taxa possível e que a gente praticará a menor taxa do mercado, respeitando os comitês e a governança do banco”, afirmou Daniella Marques, presidente do banco, nesta terça-feira (9) no lançamento do Caixa pra Elas.
Bradesco, Itaú, Santander, Nubank e BMG são algumas das instituições que já decidiram não oferecer o crédito. A recusa do mercado vem após o governo lançar a iniciativa sem, por exemplo, colocar um limite à taxa de juros a ser cobrada.
A presidente da Caixa defendeu a oferta de crédito com desconto em folha e disse que a iniciativa de atendimento para mulheres também servirá para abordar o assunto.
“Dois terços das beneficiárias do auxílio são mulheres e aí é uma oportunidade da gente conscientizar. Se a pessoa já está devendo, por exemplo, no cartão de crédito de uma loja de vestuário ou de eletrodomésticos, está pagando juros de 10% e não sabe nem o que é juros”, disse.
Marques vê o consignado como uma tentativa de trocar perfis de dívida. “Mas principalmente a gente que fazer um trabalho educativo muito grande para não gerar um estímulo ao endividamento das famílias.”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que bancos reduzam os juros de empréstimos consignados para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A declaração foi dada nesta segunda-feira (8), em um encontro com banqueiros intermediada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O pedido de Bolsonaro acontece após o Planalto sancionar uma lei que prevê o aumento da margem de consignado para beneficiários do BPC e Auxílio Brasil. A medida enfrenta resistência dos grandes bancos por medo do aumento de endividamento das famílias brasileiras.
Fonte: Economia IG